“De onde vem a calma daquele cara?”
Marcelo Camelo conheceu meu pai? Por que é isso que me pergunto sempre.
Como ele consegue ser tão calmo? Por que o olho dele fica mais azul quando ele ta cansado? Não era pra ficar cinza, ou preto, ou mais escuro, ou simplesmente permanecer da mesma cor?
Ele é incrível.
O mundo desaba lá fora, e ele olha com paciência e diz:
“-Calma. Não adianta apavorar. A vida tem dessas coisas.”
E ai me pergunto se a vida ainda tem muito dessas preciosidades...
Porque hoje todo mundo está sempre lutando contra o relógio, contra o tal do stress, contra a própria vida e se esquece de ter paz. De ter calma.
Ele não. Ele consegue me transmitir tranqüilidade.
Mesmo longe. Quando me sinto nervosa e desorientada me lembro dos olhos azuis. Lembro do violão, do amor dedicado, da paciência, da ingenuidade no olhar... Lembro que depois de um beijo, tudo em mim se resolvia. E se acalmava.
Herdei isso. Não dessas heranças sanguíneas, que você não tem escolha se quer ou não herdar. Herdei por que ele me ofereceu isso. E eu aceitei. Aceitei pelo conviver. Pelo amor que me foi cedido através de ensinamentos e cheirinhos de bom dia. Pelo respeito.
Pela convicção do correto.
Tão bom quando ele me olha com doçura e questiona: “Tudo em paz, fiotona?”.
Não é a toa que ele adora pássaros. Pássaros e violão.
E isso ficava sempre
Fiquei a ver... Resolvi me tornar um. Virei passarinho e voei.
Até porque chegou um momento em que ele não quis mais seus pássaros engaiolados. Queria-os livres.
Voei...Mas trouxe comigo algo precioso. Paz! Tenho ânsia dela todos os dias. Me ensinou tão bem, que sou capaz de apostar que ela é a progenitora de todos os outros sentimentos bons.
Carreguei os valores. Estão comigo sempre.
Digo ainda:
“Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz para os meus caminhos.”
E não se preocupe: O pássaro cultivado com amor, sempre se lembra do caminho de volta.
E amor eu tive de sobra.
Amo!
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